Jantar no escuro

Esta semana que passou tive a oportunidade de fazer algo que estava querendo já há algum tempo, fui ao Jantar no Escuro…uma aventura sensorial que me levou a lugares desconhecidos dentro de mim…foi maravilhoso. Tive a alegria de ir com o querido amigo Eduardo Passadiço e aproveitamos cada segundo..quando sai e cheguei em casa senti necessidade de escrever algo e ai vou dividir com vocês…hoje sem receitas mas amanhã com uma receita maravilhosa!!!

No escuro
Fecho os olhos e deixo vendar meus sentimentos… sinto o vento passar lento como se fosse o tempo que começa a percorrer meus pensamentos.
E tudo começa a se mover dentro de mim…as emoções começam a lentamente 
fluir…sinto calafrios…arrepios e respiro.
Sinto o perfume quente que me envolve…sinto o som distante que vai pouco a pouco se aproximando ora como uma ameaça ora como um sustento…sinto frio
Dentro de mim um silêncio calmo e algo me chega…tato…mãos calmas… carícias…deleite e nesse momento sorrio … olhos fechados .
Algo de macio envolve meus dedos…lentamente levo a mão a boca…sinto o cheiro do mato…da chuva , da infância…algo de mim esta entrando em minha boca…algo que um dia me pertenceu…sinto ternura.
Em meio ao silencio,meus sons começam a fluir…ouço cada mínimo barulho de minha quietude e broto no meio do nada como planta que nasce no agreste…sinto força.
Agora o medo se confunde a minha paz…sinto vontade de sair…de correr de me proteger de mim mesma…mas nada mais adianta, estou rendida…completamente entregue.
Entrega…os sabores se mesclando…cada gota de vinho desce lentamente umedecendo minha alma, me aquecendo e me fazendo lembrar de quem sou…sinto paz
Acaricio minha boca com as mãos e sinto o sabor de mim mesma…o que era falta passa a ser preenchimento…o que era realidade vira fantasia…sinto algum ão…
E o som começa a aumentar até que se torta frenético, ensurdecedor…como se 
quisesse tomar conta de mim…e toma, agora sou som…vibração , tormenta , 
fúria….tempestade!
Silencio… a calmaria chega bem devagar…toma conta, o sabor doce preenche minha boca, meu eu … e derrepente volto a me ver…o que era cegueira agora e 
amplitude…o escuro se ascende.
Me descubro dentro de mim.
(texto Paula Labaki)

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Paula Labaki

“Cozinho por amor, por prazer. Adoro ver as pessoas em volta da mesa, isso me faz feliz. Trabalho com isso. No meu catering, minha rotina é criar, executar e trabalhar muito. Por aqui passam aromas, sabores e vidas.”.

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