De onde pinta a idéia….

De onde surge a ideia

Na semana passada fiz as fotos para a reportagem sobre mel que publiquei aqui na coluna. No fim de semana fui entrevistada por um site que faz aplicativos de gastronomia para ipads e hoje vou fazer uma produção de pratos para fotos da revista Casa e Comida.

Em meio à entrevista, me perguntaram algumas coisas que me fizeram pensar e hoje divido com vocês um tanto. Fui questionada em como surge o prato, se já tenho ele em mente ou se aparece do nada.
Para mim, logicamente, o prato já existe em algum lugar de minha memória. Mas existe ainda sem ser lapidado. O que tenho, na verdade, são lembranças que vão se mesclar a ingredientes novos e técnicas, para, aí sim, serem desenhados dentro de minha cabeça, depois levados ao papel e só então é que vão para o prato.
Respondendo sobre o processo de criação, coloquei que para mim o meu prato é a minha expressão, é minha poesia (assim como para o pintor é o seu quadro, para o poeta é sua poesia e para o músico seu som). É a forma como consigo mostrar ao mundo o que penso e quem sou. Quando olho para minha criação, me vejo nela, sinto a emoção de tudo que está ali dentro e de tudo que vivi para chegar até ali.
Hoje estava executando alguns dos pratos que vou montar amanhã para a sessão de fotos e comecei a perceber mais (talvez por conta das perguntas) e me peguei em vários momentos cheirando, colocando um pouco de cada especiaria na boca, respirando e lembrando. Sim, lembrando de aromas e sabores que já experimentei e que já vivenciei e partindo dali é que vou mesclando até chegar onde quero. Ou melhor, em quem sou.
Olhar o ingrediente também é um momento que levo muito em conta, pois cada ingrediente também tem seu conteúdo, sua historia na alimentação, seu caminho até minhas mãos e seus formato, cor e sabor. As combinações, quando são boas, acho que são a vitória do cozinheiro. Conseguir chegar no ponto de cozimento desejado, manter a cor original, buscar o sabor mais expressivo do alimento… acho que essa é nossa busca na criação de um prato.
Outro ponto que acho importante pensarmos é identidade da criação. Sim, porque acho que sua cozinha tem que ter identidade. Quando olham um prato seu já sabem que é seu e quando comem aí vem a certeza. Isso é identidade.
Acho que minha maior busca é essa, pois ao assinar um prato estou registrando nele toda uma história de vida.

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Paula Labaki

“Cozinho por amor, por prazer. Adoro ver as pessoas em volta da mesa, isso me faz feliz. Trabalho com isso. No meu catering, minha rotina é criar, executar e trabalhar muito. Por aqui passam aromas, sabores e vidas.”.

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